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O milho, em conjunto com a soja, responde por quase 80% da produção de grãos do pais. A diferença entre as duas está no fato de a soja ter forte valor no mercado internacional, enquanto a produção de milho é voltada ao mercado interno. Como cultura, o milho teve evoluções nos últimos trinta anos, com incrementos na produção na ordem de 3% ao ano.

A produção brasileira de milho em grãos tem dois destinos. Primeiro, o consumo no estabelecimento rural, referindo-se aquela parcela do milho que é produzida e consumida no próprio estabelecimento, destinando-se ao consumo animal em sua maior parte e ao consumo humano. Segundo a oferta do produto no mercado consumidor, onde tem-se fluxos de comercialização direcionados para fabricas de rações, indústrias químicas, mercado de consumo in natura e exportações, quando é o caso.

Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2006), cerca de 21% da produção de milho é consumido nas propriedades, enquanto que 79% é comercializada para cooperativas, indústrias, intermediários e diretamente aos consumidores, sendo que somente 30% das propriedades comercializam sua produção diretamente. Por outro lado, segundo os dados fornecidos pelo IBGE, o intermediário representa o principal agente de comercialização da cadeia do milho, movimentando o maior volume de milho transacionado no mercado, em torno de 35% de toda a produção nacional. Além disto, merece destaque o fato de que a produção comercial de milho, realizada em grandes áreas tecnificadas, representa 60% da área cultivada com a cultura.

Consumo

A demanda de milho no pais depende diretamente da necessidade da indústria de ração animal, com um tamanho de mercado variável em função, principalmente, das necessidades e exigências dos mercados de aves e suínos. Para que o mercado tenha expectativa do tamanho de suas exigências anuais e para que se formem os preços dos demais ramos da cadeia do milho, a CONAB faz projeções com base em variáveis relacionadas com o consumo interno, produção, comércio internacional e estoques reguladores.

O consumo de milho tem tendência de crescimento, apesar dos problemas de oferta, que vem sendo observados desde 1997. Estes problemas são decorrentes da baixa dos estoques iniciais e finais de milho, resultado da redução das importações do produto pelo pais ao mesmo tempo em que aumentaram as exportações, principalmente a partir de 2001. Aliado a isto, aumentou a percentual de estocagem nas propriedades, diminuindo a oferta final do produto (CONAB, 2006). Porém, o suprimento total de milho gira em torno de 45 milhões de toneladas, enquanto o consumo fica na ordem de 42 milhões de toneladas (CONAB, 2006).

A cada ano aumenta o comportamento defensivo dos produtores e usuários de milho em função das incertezas de abastecimento do mercado. Isto porque, se as estimativas retratam uma situação de suprimento de milho condizente com a realidade, o mercado deste produto tem um comportamento não condizente, em função das oscilações de preços, que acabam por influir na área plantada do país.

Outro fato a ser destacado é que, apesar do Brasil não ter tradição de exportador de milho em grãos, sempre se pensou que o país tinha potencial para participar do mercado externo. Este potencial foi ser expresso a partir de 2001, quando o pais passou a participar com cerca de 4% do mercado mundial de exportação deste grão (CONAB, 2006). Alguns fatores contribuíram para essa mudança. O primeiro, está relacionado com as boas safras de milho colhidas no Brasil a partir de 2000, o que agravou a situação de queda dos preços do mercado interno, o que favoreceu a busca de opções de mercados diferentes para escoar a produção. O segundo, a cotação do milho no mercado externo estava mais que compensadora para a busca de mercado em outros países. Porém, a partir de 2007 verificou-se uma tendência de queda de preços observada no mercado mundial, confirmada em 2008, o que leva necessariamente a uma retração nas exportações, que já é sentida pela expectativa de diminuição de área plantada com a cultura para a safra 2008/2009.

No mercado interno, o Brasil seque a tendência mundial, onde a alimentação animal é considerada como o grande mercado de milho, com variação de 70% a 80% do milho produzido. No consumo de milho destinado à produção de ração, estima-se que 51% deste total são direcionados ao setor avícola, 33% à suinocultura, 11% à pecuária, principalmente a leiteira, e 5% é usado para fazer ração para os outros animais.

Estimativas da CONAB (2008) mostram que a produção de milho acompanhou o aumento da produção animal nos últimos 30 anos, principalmente aves e suínos. O uso de milho destinado ao consumo animal passou de 55% em 1998, para 80% em 2007. Enquanto a utilização industrial do grão de milho cresceu a taxas de 1,2% ao ano no período, o seguimento de produção animal cresceu a taxas de 12% ao ano.

Em virtude da crescente exportação de frangos, o milho destinado às indústrias da cadeia do frango tem perspectiva de crescimento. Já o mercado de suínos tem uma demanda latente, com crescimento bem inferior ao do frango, porém com perspectiva de se tornar uma demanda real no que diz respeito à substituição da carne bovina. Vale ressaltar que a carne suína é o tipo de carne mais consumido em nível mundial, tendo os países Nórdicos como os maiores demandadores. Se o país conquistar uma parte do mercado externo deste tipo de carne, isto iria favorecer não só os produtores de suínos, mas, também, os produtores de milho, principal insumo na produção de suínos.

Fonte: Agrolink